“Investidores estão totalmente empenhados na qualidade da oferta”
Para Joana Lima, o dinamismo que o sector da reabilitação urbana apresentou no Porto durante o ano transacto, manter-se-á em crescendo ao longo de um 2017 marcado por uma procura que já supera a oferta. Em entrevista ao CONSTRUIR, a responsável pelo segmento de Reabilitação da Predibisa destaca que a cidade é cada vez mais procurada por investidores estrangeiros, que investem sobretudo em projectos residenciais e hoteleiros e aponta o caminho da reabilitação como o mais evidente para solucionar a escassez de escritórios de qualidade com que o Porto se depara actualmente
Pedro Cristino
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Para Joana Lima, o dinamismo que o sector da reabilitação urbana apresentou no Porto durante o ano transacto, manter-se-á em crescendo ao longo de um 2017 marcado por uma procura que já supera a oferta. Em entrevista ao CONSTRUIR, a responsável pelo segmento de Reabilitação da Predibisa destaca que a cidade é cada vez mais procurada por investidores estrangeiros, que investem sobretudo em projectos residenciais e hoteleiros e aponta o caminho da reabilitação como o mais evidente para solucionar a escassez de escritórios de qualidade com que o Porto se depara actualmente
Os edifícios reabilitados ou em reabilitação têm peso no portfólio de imóveis que comercializam?
Podemos afirmar que sim. A Predibisa aposta muito no mercado da reabilitação urbana, que tem, neste momento, um peso importante na actividade da empresa. Destaca-se uma especial incidência nos edifícios convertidos em apartamentos, a maioria vendidos em fase inicial de reabilitação. Os edifícios são na sua maioria comercializados por reabilitar.
Como se poderá caracterizar, actualmente, o dinamismo do sector da reabilitação na cidade do Porto?
Actualmente, o sector da reabilitação na cidade do Porto é sinónimo de um dinamismo crescente. A procura tem superado a oferta, com o valor das transacções a subir, o que leva a que surjam cada vez mais promotores a apostar neste segmento. A actual revolução do mercado imobiliário no Porto deve-se, em grande parte, à reabilitação urbana, centrada na Baixa da cidade, que é, cada vez mais, alvo de procura por parte de estrangeiros, mas também de portugueses, que procuram investimento e oportunidade de residir nesta área da cidade.
Que uso final têm, na sua maioria, os imóveis reabilitados?
Os imóveis reabilitados são, na sua maioria, destinados a habitação e hotelaria. Contudo, a
reabilitação urbana na Baixa portuense tem tido uma evolução muito favorável nos últimos anos, devido aos vários negócios realizados com investidores, que procuram rendimento também outras áreas como a restauração, o comércio, os escritórios e o “short-rental”.
Em Lisboa, são já várias as consultoras que apelam à construção de edifícios de escritórios, ou à reconversão de espaços existentes para o mesmo fim, a fim de combater a falta de escritórios de qualidade, que tem impedido algumas empresas internacionais de se fixarem na cidade. É uma situação que se verifica também na cidade do Porto?
Sim, é uma realidade também presente na cidade do Porto. Actualmente, com a procura que se tem registado – em contraste com a escassez de oferta – essencialmente em edifícios com infra-estruturas adequadas às exigências destas empresas, são já vários os promotores que olham para esta realidade como oportunidade de negócio. O estudo “Mercado de Escritórios do Porto”, recentemente apresentado e que foi desenvolvido em
conjunto pela Predibisa e pela Cushman & Wakefield, constatou uma escassez de espaços de qualidade, com apenas 10% da oferta a ser considerada como de qualidade alta, ou seja, que preenche os requisitos exigidos pela maioria dos ocupantes. A qualidade da oferta é um dos factores que condiciona o desenvolvimento do mercado, podendo ser factor decisivo na opção de localização por parte de grandes empresas e, neste contexto, o mercado do Grande Porto tem um forte potencial de reconversão, o que se traduz numa oportunidade para promotores e investidores. Segundo o estudo, estima-se mesmo que, num futuro próximo, se possa consolidar a atractividade recente que a Área Metropolitana do Porto tem vindo a gozar no mercado internacional da procura de escritórios, sendo o caminho da reabilitação o mais evidente.
Como se pode caracterizar o actual volume de investimento em reabilitação na Invicta?
Relativamente ao investimento, os indicadores apontam para um crescimento consolidado, na medida em que o potencial de valorização e a incerteza da banca tem aberto caminho para esta área. Julgamos que o volume de investimento actual ainda será superado num futuro próximo.
Qual o perfil do investidor?
No perfil do investidor destacam-se o cliente privado e, recentemente, os fundos de investimento. A cidade do Porto, principalmente o centro, é cada vez mais procurada por investidores estrangeiros, mas os nacionais procuram também investimentos rentáveis. A incerteza bancária impulsionou este fenómeno. Constata-se, ainda, que os investidores estão totalmente empenhados na qualidade da oferta, como forma de diferenciação face à concorrência.
O turismo tem sido crítico no fluxo de investimento que desenvolve a reabilitação na cidade?
Sim, a diversidade e as características da oferta da cidade, geraram um fluxo muito superior de consumidores, induzindo uma atracção pelo investimento. O alojamento local tem um papel importante nesta dinâmica, na medida em que é muito procurado por turistas e, nesse sentido, por investidores que reabilitam edifícios para esse fim, com vista a gerarem rentabilidades interessantes.
Como avaliam o trabalho que as sociedades de reabilitação urbana – em especial, a Porto Vivo – têm realizado nos últimos anos para promover o sector?
Os incentivos à reabilitação, por parte da SRU Porto Vivo, mexeram muito com este mercado e, desde 2012, que a grande aposta na construção se concentra neste segmento. Este esforço deve continuar. Sem dúvida que os voos “low cost” foram um impulso muito importante para tornar o Porto na cidade que hoje conhecemos e que acaba de ser novamente distinguida como o Melhor Destino Europeu, pelo “European Best Destinations”. Dar a conhecer ao mundo todo o património desta cidade foi, sem dúvida, um grande convite ao investimento nacional e internacional.
Há ainda “stock” de edifícios disponível no Porto para reabilitar?
Sim, ainda há muito trabalho a desenvolver. A reabilitação urbana continua a ser uma das apostas da Predibisa, tendo contribuído significativamente para o volume de negócios de 2016. Estamos certos que, este ano, a reabilitação urbana irá continuar com uma forte robustez, desde a zona dos Aliados, o eixo Sá da Bandeira aos Clérigos e a zona Mouzinho da Silveira e Flores até à Ribeira.
Que perspectivas tem a Predibisa relativamente a 2017?
Se 2016 foi a tradução de um ano com notáveis resultados no investimento em imobiliário nacional, tudo indica que 2017 será reflexo dessa tendência de crescimento, e os indicadores voltam a apontar para uma grande actividade no sector. Estamos optimistas, afinal Portugal está na moda e cada vez mais presente no radar do mercado internacional e a região Norte, onde somos especialistas, não tem sido excepção. Neste sentido, as nossas perspectivas são muito animadoras. Para além de termos em carteira bons negócios, iniciados o ano passado, e que se irão concretizar este ano, iremos também assegurar novos empreendimentos, em exclusivo, localizados em zonas prime do Porto.