Plano Humano nomeado para o Mies Van der Rohe 2019
A Capela de Nossa Senhora de Fátima valeu ao atelier Plano Humano a nomeação para o prémio Mies van der Rohe, uma das mais relevantes distinções da arquitectura europeia, promovida pela União Europeia e pela Fundação Mies van der Rohe
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A localização escolhida é privilegiada, numa área de planalto, central no CNAE, em ambiente rural e natural, com um sistema de vistas extraordinário, que impulsionou a concepção do edifício.
A inspiração para esta construção, dedicada a Nossa Senhora de Fátima, nasceu do âmago da experiência escutista: a vida ao ar livre, o acampamento, a tenda, a sobriedade e simplicidade das construções e estilo de vida. Também as extremas do edifício, de forma pontiaguda, fazem uma alusão ao lenço escutista, símbolo da promessa e compromisso neste movimento.
A água atravessa todo o espaço da capela, num caminho que se desenvolve até ao altar – lugar central de qualquer espaço celebrativo cristão – e posteriormente para a paisagem, encaminhando o utilizador para a cruz, que fora da capela, no mesmo alinhamento, pontua a paisagem e consolida a sensação de amplitude e projecção para o Divino.
A estrutura de madeira e zinco confere um aspecto exterior simples e protector ao templo, e um ambiente confortável e acolhedor no interior, onde a estrutura de 12 vigas, numa alusão aos Apóstolos, foi deixada à vista, mostrando a verdade e simplicidade construtiva. Com um comprimento total de 12m, a estrutura atinge o seu ponto mais alto aos 9m, após o Altar, onde o elevar da viga principal aumenta a profundidade do espaço e destaca este ponto sacro.
Os materiais escolhidos integram o edifício na envolvente, na prática escutista, e no conceito arquitectónico. A madeira é um material muito utilizado pelos escuteiros nas suas construções. É um material natural e tradicional, que confere solidez e conforto.
A capela está ao serviço da comunidade escutista, e permite que em celebrações para maior número de pessoas a assembleia possa ficar no exterior, ficando o celebrante virado para a paisagem, passando desta forma a capela a funcionar como um Altar.
As obras seleccionadas pretendem representar a produção arquitectónica no território da União Europeia no biénio 2017-2018. O galardão tem distinguido diversos arquitectos com obra no espaço europeu, tais como os reconhecidos, OMA (2015), Zaha Hadid (2013), Rafael Moneo (2011), Peter Zumthor (1998), entre outros, tendo na sua primeira edição (1988), sido atribuído a Álvaro Siza pelo projecto do Banco Borges & Irmão, em Vila do Conde. O júri, cuja composição nominal não foi ainda anunciada, será secretariado por Anna Ramos, Directora da Fundación Mies van der Rohe (Barcelona).